Discurso do CEO de uma marca famosa, põe em
dúvida, o padrão de beleza, o preconceito e uma estratégia de marketing
audaciosa
Para quebrar o
paradigma de que moda é só para magros, as lojas estão apostando mais nos
tamanhos, G e GG.
Plus Size é a moda
que salvou as "gordinhas", esse nome foi dado pelos norte-americanos
para modelos de roupas acima do padrão convencional usado nas lojas.
Além disso, esse
novo mercado não ajuda só os comerciantes e sim as mulheres que estão acima do peso. A
dificuldade que elas tinham na busca das roupas foi diminuindo, e hoje elas
encontram o número delas com muita facilidade. A proprietária de uma loja de
roupas no Brooklin, Ivone Silveira deixou claro a mudança do mercado:
"As mulheres, principalmente, vinham
desesperadas reclamar que nada ficava bom nelas. Com certeza, os donos de
grandes marcas perceberam que naquelas mulheres poderiam encontrar uma mina de
ouro. E está ai, hoje a moda é ser Plus Size"
No Brasil este novo
sistema de modelagem chegou com tudo e vem ganhando cada vez mais espaço nas
agencias de moda, produtoras, lojistas entre outros.
O preconceito que
as pessoas acima do peso sofrem é grande
, elas muitas vezes, não são bem aceitas no mercado de trabalho e vetadas em
concursos públicos, como mostra pesquisa feita por um terapeuta.
Da pré historia até
o século 19, ser "gordinha" era padrão de beleza e saúde. Depois, a moda virou ser magra, as
mulheres levaram isso a sério e com o aparecimento de doenças como: Bulimia e
anorexia, acabavam sacrificando suas vidas, algumas buscando sucesso, outras
apenas querendo entrar para o padrão de beleza da sociedade.
Hoje vivemos em um
período de transição, onde estar uns quilinhos acima do peso, se tornou belo e
atraente.
Conversamos com a
estudante Paula Rodrigues, 22 anos, que brincou " Hoje não represento mais a ala das mulheres que estão com excesso de
peso e sim das mulheres que estão com excesso de gostosura".
Mas infelizmente nem todos pensam dessa forma, o Americano e
Presidente de uma das maiores marcas de roupa, que faz muito sucesso entre os
adolescentes, acredita que para usar sua grife é necessário ser bonito, e
segundo ele, para alcançar a beleza é preciso ser magro.
Mike Jeffries, Presidente da Abercrombie & Fitch
adotou uma ousada estratégia para marca,
não fabricar roupas no tamanho G e GG para mulheres.
Segundo ele, a marca na qual
é responsável é feita para pessoas lindas e belas, e as mulheres mais
"gordinhas" não se encaixam nesse perfil. Para homens não há
restrição de tamanho, a explicação é que a marca deseja atingir os atletas, com
corpos fortes e largos
Em 2006, Jeffries
já havia deixado claro essa estratégia ao dizer que a comunicação com pessoas
bonitas era à base do seu markentig.
Conversamos com
Alexandre Fernandez, especialista em Marketing, que explica a estrategia de
Jeffries
"Infelizmente, vivemos no mundo do preconceito, o
esteriótipo reina. Se amanha você começasse a ver muitos gordinhos usando
Arbercrombie, não ia querer usa-la, pois iria criar um preconceito, muitas
vezes é inconsciente, mas acontece"
Perguntado se a
estratégia soa positiva ou negativamente para a empresa, Alexandre nos
confessou que há um impasse.
"É uma atitude
excludente, muita gente vai achar legal e muitos vão discordar também. Ao meu
ver, eles perdem os politicamentes corretos mas ganham os preocupados com a
imagem. Uma atitude ousada, que quando
tomada é silenciada, não lembro de algo tão explícito nos últimos
anos."
Mas Alexandre
também elogiou a marca, que conseguiu definir muito bem o seu público alvo
"Achar o seu
público alvo é algo muito importante hoje. Muitas empresas não conseguem
definir o seu público e isso é um grande defeito. Hoje com a propaganda em
alta, é inconsebivel você pensar em divulgar algum produto sem saber a quem vai
atingir. Nesse ponto eles estão corretos, sabem onde e como encontrar essas os
clientes deles."
Concebida pelo
engenheiro David Abercrombie, a marca surgiu no fim do século dezenove vendendo
roupas e artigos esportivos. Só em
1988, quando o grupo The Limited, um dos
maiores do setor nos EUA, adquiriu a Abercrombie, a marca voltou a ganhar
prestígio e a crescer. Depois disso, abriu o capital na bolsa de valores –
iniciativa essencial para quintuplicar o número de lojas em uma década e
contratou o empresário Michael Jeffries, atual CEO.
Hoje a marca tem
como base alguns conceitos:
Popularidade: “Queremos atingir os populares e bonitos das
escolas”;
Aparecia física:
“Só contratamos pessoas bonitas para trabalhar em nossas lojas, porque elas
atraem outras pessoas bonitas e nós queremos vender para clientes descolados e
de bela aparência. Não quero os clientes vendo pessoas não gostosas usando
nossas roupas.”;
Público-Alvo “Nós
vamos atrás dos jovens americanos atraentes e com muitos amigos. Muitas pessoas
não pertencem as nossas roupas e não vão permanecer.”;
Marketing “Estamos
interessados em pessoas com barriga tanquinho que pareçam que acabaram de
saltar na sua prancha de surf”;
A polêmica com a
famosa loja estava adormecida até que, Robin Lews, em seu novo livro “Novas
regras do varejo”, acusa o CEO da Arbercrombiede não querer pessoas gordas
comprando em suas lojas.
Toda forma de
preconceito é burra, muita gente que não tem nada a ver com o assunto se
revoltou com a marca após esse assunto vir a tona novamente. Protestos em redes
sociais foram criados, neles, as pessoas pedem que deixemos de comprar roupas
da Abercrombie e Fitch. Se a intenção do Michael Jeffries, foi deixar sua grife na boca do povo, bem ou mal ele
conseguiu.
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