quinta-feira, 16 de maio de 2013

Grife proíbe que "gordinhas" usem suas roupas


Discurso do CEO de uma marca famosa, põe em dúvida, o padrão de beleza, o preconceito e uma estratégia de marketing audaciosa
Para quebrar o paradigma de que moda é só para magros, as lojas estão apostando mais nos tamanhos, G e GG.

Plus Size é a moda que salvou as "gordinhas", esse nome foi dado pelos norte-americanos para modelos de roupas acima do padrão convencional usado nas lojas.

Além disso, esse novo mercado não ajuda só os comerciantes e sim as  mulheres que estão acima do peso. A dificuldade que elas tinham na busca das roupas foi diminuindo, e hoje elas encontram o número delas com muita facilidade. A proprietária de uma loja de roupas no Brooklin, Ivone Silveira deixou claro a mudança do mercado:

"As mulheres, principalmente, vinham desesperadas reclamar que nada ficava bom nelas. Com certeza, os donos de grandes marcas perceberam que naquelas mulheres poderiam encontrar uma mina de ouro. E está ai, hoje a moda é ser Plus Size"

No Brasil este novo sistema de modelagem chegou com tudo e vem ganhando cada vez mais espaço nas agencias de moda, produtoras, lojistas entre outros.

O preconceito que as  pessoas acima do peso sofrem é grande , elas muitas vezes, não são bem aceitas no mercado de trabalho e vetadas em concursos públicos, como mostra pesquisa feita por um terapeuta.

Da pré historia até o século 19, ser "gordinha" era padrão de beleza e  saúde. Depois, a moda virou ser magra, as mulheres levaram isso a sério e com o aparecimento de doenças como: Bulimia e anorexia, acabavam sacrificando suas vidas, algumas buscando sucesso, outras apenas querendo entrar para o padrão de beleza da sociedade.

Hoje vivemos em um período de transição, onde estar uns quilinhos acima do peso, se tornou belo e atraente.

Conversamos com a estudante Paula Rodrigues, 22 anos, que brincou " Hoje não represento mais a ala das mulheres que estão com excesso de peso e sim das mulheres que estão com excesso de gostosura".

Mas infelizmente nem todos pensam dessa forma, o Americano e Presidente de uma das maiores marcas de roupa, que faz muito sucesso entre os adolescentes, acredita que para usar sua grife é necessário ser bonito, e segundo ele, para alcançar a beleza é preciso ser magro.

Mike Jeffries, Presidente da Abercrombie & Fitch  adotou uma ousada  estratégia para marca, não fabricar roupas no tamanho G e GG para mulheres.

Segundo ele, a marca na qual  é responsável é feita para pessoas lindas e belas, e as mulheres mais "gordinhas" não se encaixam nesse perfil. Para homens não há restrição de tamanho, a explicação é que a marca deseja atingir os atletas, com corpos fortes e largos

Em 2006, Jeffries já havia deixado claro essa estratégia ao dizer que a comunicação com pessoas bonitas era à base do seu markentig.

Conversamos com Alexandre Fernandez, especialista em Marketing, que explica a estrategia de Jeffries
"Infelizmente, vivemos no mundo do preconceito, o esteriótipo reina. Se amanha você começasse a ver muitos gordinhos usando Arbercrombie, não ia querer usa-la, pois iria criar um preconceito, muitas vezes é inconsciente, mas acontece"
Perguntado se a estratégia soa positiva ou negativamente para a empresa, Alexandre nos confessou que há um impasse.
"É uma atitude excludente, muita gente vai achar legal e muitos vão discordar também. Ao meu ver, eles perdem os politicamentes corretos mas ganham os preocupados com a imagem. Uma atitude ousada, que quando  tomada é silenciada, não lembro de algo tão explícito nos últimos anos."

Mas Alexandre também elogiou a marca, que conseguiu definir muito bem o seu público alvo
"Achar o seu público alvo é algo muito importante hoje. Muitas empresas não conseguem definir o seu público e isso é um grande defeito. Hoje com a propaganda em alta, é inconsebivel você pensar em divulgar algum produto sem saber a quem vai atingir. Nesse ponto eles estão corretos, sabem onde e como encontrar essas os clientes deles."

Concebida pelo engenheiro David Abercrombie, a marca surgiu no fim do século dezenove vendendo roupas e artigos esportivos. Só em 1988,  quando o grupo The Limited, um dos maiores do setor nos EUA, adquiriu a Abercrombie, a marca voltou a ganhar prestígio e a crescer. Depois disso, abriu o capital na bolsa de valores – iniciativa essencial para quintuplicar o número de lojas em uma década e contratou o empresário Michael Jeffries, atual CEO.

Hoje a marca tem como base alguns conceitos:

Popularidade:  “Queremos atingir os populares e bonitos das escolas”;

Aparecia física: “Só contratamos pessoas bonitas para trabalhar em nossas lojas, porque elas atraem outras pessoas bonitas e nós queremos vender para clientes descolados e de bela aparência. Não quero os clientes vendo pessoas não gostosas usando nossas roupas.”; 

Público-Alvo “Nós vamos atrás dos jovens americanos atraentes e com muitos amigos. Muitas pessoas não pertencem as nossas roupas e não vão permanecer.”; 

Marketing “Estamos interessados em pessoas com barriga tanquinho que pareçam que acabaram de saltar na sua prancha de surf”;

A polêmica com a famosa loja estava adormecida até que, Robin Lews, em seu novo livro “Novas regras do varejo”, acusa o CEO da Arbercrombiede não querer pessoas gordas comprando em suas lojas.

Toda forma de preconceito é burra, muita gente que não tem nada a ver com o assunto se revoltou com a marca após esse assunto vir a tona novamente. Protestos em redes sociais foram criados, neles, as pessoas pedem que deixemos de comprar roupas da Abercrombie e Fitch. Se a intenção do Michael Jeffries, foi deixar sua grife na boca do povo, bem ou mal ele conseguiu.

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