quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Cotas em universidades públicas



O que para muitos é solução da educação no país, para outros é apenas tampar o sol com a peneira



A comissão da constituição e justiça do senado aprovou no dia 6 de junho de 2012, o projeto de lei 18/08, que reserva 50% das vagas de universidades e escolas técnicas federais para estudantes que cursaram o ensino médio em escola publicas. A lei inclui tambem estudantes negros, pardos e indios.

Os alunos de escolas públicas que terão direito a ingressar na universidade pelas cotas serão os que tiverem a renda mensal de até um salário mínimo e meio, aproximadamente R$ 933. Quanto ao critério étnico-racial, esse projeto define que as vagas reservadas serão de acordo com os percentuais da participação de negros, pardos e indígenas na população do estado onde a instituição estiver localizada.

Uma pesquisa feita pelo Senado Federal em julho de 2007 mostrou que a maioria da população é a favor das cotas. De todos os entrevistados, 66% mostram-se a favor das cotas para negros, 73% para indígenas, 78% para alunos que cursaram ensino médio em colégio público, 83% defendem as cotas para estudantes de baixa renda e 85% para pessoas com deficiência. Na mesma pesquisa foi perguntado sobre a educação no país, 44% acha que a educação está regular, 37% péssima ou ruim e 18% acredita que a educação está boa ou ótima.


As opiniões sobre as cotas são as mais diversas. "Não concordo com o sistema de cotas. Na minha opinião, é preciso buscar soluções para aumentar o acesso de alunos do ensino superior público, focando no problema real, a má qualidade da educação oferecida a população de escolas públicas. Escolas sem estrutura, tanto física quanto profissional, prédios inadequados, professores e funcionários desmotivados, insatisfeitos e desvalorizados. Como podemos formar um cidadão neste ambiente de caos? A realidade das escolas públicas, salvo raras exceções, é triste, depósito de crianças e adolescentes. A progressão continuada gera o analfabetismo prolongado, a proposta em si não é ruim o problema é que mais uma vez foi destorcida, e é fato que não funciona, assim como não é correto transportar alunos sem base para o ensino superior o resultado disso é, alunos sem conhecimentos básicos necessários para seu desenvolvimento com expectativas que ,provavelmente, não serão alcançadas. Volto a afirmar que o problema está na base da educação e com certeza a solução não está nas cotas.". Comentou a especialista em educação Claudia Oliveira.

Já a domestica Maria José que teve seus três filhos estudando em colégio público acredita que a nova lei pode ajudar as pessoas que não tem condições de pagar uma faculdade particular. " É uma alegria saber que mesmo sem dinheiro agora será possível ver nossos filhos terem um ensino de qualidade e que caiba no bolso".

O estudante Paulo Cesar Marques da USP ve nessa lei aspectos positivos e negativos mas acredita que futuramente as cotas em universidade publica podem se tornar um avanço para o país. " É uma injustiça para os aluno que não tem condição financeira ter que conviver o resto da vida com o ensino ruim e sem qualidade, muitos talentos estão sendo desperdiçados. Isso porque a base de ensino público é muito ruim no Brasill. Mas olhando por outro lado, é injusto com o aluno de colégio particular que se preparou e fez investimentos para ter uma boa educação perder a oportunidade de estudar em uma grande faculdade. O governo com as cotas quer tampar o sol com a peneira e isso está errado".


Um comentário:

  1. O texto não deixa muito claro a opinião pessoal do autor sobre o assunto, mas deixa a entender que é contra as cotas, mas enfim, posicionamento a parte, dados:
    Segundo o IBGE 86% dos estudantes formados no ensino médio são de escolas publicas, contra 14% de escolas particulares. Entenderam a diferença? 86 pra 14. As cotas colocam 50 a 50, mas ainda é pouco! Nós que estudamos em escolas particulares temos 36% de excesso de vagas, ainda temos MUITO mais chances do que os de escola publica, a porcentagem deveria ser a mesma, 86% pra quem vem de publica e 14% pra de particular, isso sim seria justo. E sobre cotas para negros, indios e pardos, também nada mais justo, ao contrario do que disse Morgan Freeman, as coisas não são tão simples assim, não é deixando de chamar alguem de negro que o racismo vai acabar. Precisamos melhoras as escolas publicas? Claro que sim! Mas enquanto isso, o que fazemos com quem estudou nas ruins? Desistimos deles? Fingimos que eles não existem? Essa foi uma medida tomada, necessaria, mas deve vir outras a seguir.

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